Keyd Stars: do Dream Team às incertezas
- stockingokumura
- 23 de fev. de 2017
- 4 min de leitura
O que acontece com a equipe que era favorita ao título e agora briga para chegar às eliminatórias?

Era praticamente impossível conter a animação da torcida, da organização e dos analistas quando, em 28 de novembro de 2016, Yang, Revolta e Ziriguidun foram anunciados pela Keyd Stars. Os dois primeiros multicampeões e participantes do Mundial 2016 com a INTZ; o último tido como um dos melhores suportes brasileiros e integrante da comissão técnica da KaBuM que foi para o Mundial em 2014. Juntos com Takeshi e esA, também alguns dos nomes principais em suas respectivas posições, estava formado mais um Dream Team da Keyd Stars – que tem esse nome exatamente com o propósito de juntar jogadores estrelas para lutar pela flâmula da Keyd.
A debandada de jogadores pós-bootcamp na Coreia do Sul foi deixada de lado. O retrospecto das outras esquadras-estrelas também foi deixado de lado. A força das outras equipes aumentou, mas nada que pudesse ser comparado com as estrelas da Keyd.
Até o campeonato começar.
Parte I: Entendendo a Constelação
Não importa quantos títulos ou quantos jogadores famosos outras equipes tenham. Keyd Stars contra paiN Gaming sempre será um confronto com um toque um pouco mais especial. A derrota na série de estreia contra a maior rival deixou uma dúvida no ar, que aumentou ainda mais após o empate contra a Remo Brave, na segunda rodada.
Pelas expectativas criadas, até pelos próprios jogadores, o começo era quase que inaceitável. “Estamos muito distantes da expectativa criada no começo da Temporada”, diz o Meio Takeshi. “Estamos com o pé no chão agora, já que não estamos em uma boa fase e queremos buscar a classificação. Para nós, este jogo da sexta rodada contra a CNB é matar ou morrer. Não existe outra opção senão ganhar”.

Gerir as expectativas é algo trabalhoso e muito, mas muito ardiloso. Muito porque mesmo as pessoas envolvidas não conseguem segurar o ânimo. A organização e os jogadores da Keyd sabiam que o projeto era muito mais para longo prazo do que para curto. Colocando em outras palavras: apesar do elenco fortíssimo, era previsível que não mostrariam todo o seu potencial logo de cara, e sim no decorrer do campeonato.
E é por isso que a situação agora é mais insustentável do que antes. A pressão da vaga para as semifinais não assegurada se mistura com um marasmo de criatividade que a equipe vive no atual momento. A Keyd não joga reativamente, mas também não busca criar suas oportunidades. Seu estilo de jogo é uma massa ainda disforme, e que ninguém parece saber como consertar. Nem Jung, nem Djoko, nem Takeshi, nem Revolta:
“Nosso problema não é que falta uma pessoa com a voz ativa, e sim colocar todos os jogadores na mesma página para seguirem e tomarem decisões em conjunto, ao invés de individualmente” - Revolta

A explicativa do caçador da Keyd corrobora com a tese de uma falta de estilo de jogo. É uma barreira que ultrapassa problemas de comunicação dentro de jogo.
Para uma equipe que foi criada com um objetivo de dominação do cenário brasileiro, chegar a este ponto do campeonato lutando por uma vaga nas semifinais – que seria o mínimo – é assustador. Ainda mais contemplando o fato de que podem ficar de fora. Todos os jogadores, individualmente, tem nível para representar a região brasileira em campeonatos internacionais, mas não é exatamente este o problema? Individualmente?
Parte II: Realinhando os Astros

Para alívio geral da torcida da Keyd, a equipe é unida e se dá muito bem fora de jogo. Se “educação vem de casa”, também as soluções vêm de lá. Toda equipe é construída primeiro internamente para, depois, conquistar o seu espaço e sua torcida externamente, na frente das câmeras e dentro de Summoner’s Rift. A Keyd tem o que precisa para sair por conta própria do buraco criado por expectativas, pressões e falta de resultados.
As duas vitórias seguidas, contra Kino e KaBuM, eram vistas como obrigação, e o mínimo que se espera de uma equipe como a Keyd. O reflexo disso foram jogos sem sal, que no final renderam frases como “neste momento, é importante vencer, e não convencer”, como disse Tixinha no Depois do Nexus após a vitória contra a Kino. É importante que os jogadores sintam e saboreiem este gosto de vitória, deixem um pouco de lado a pressão (e não o foco) para lembrar como é bom ganhar. Três pontos sempre serão três pontos, independente se foi de goleada ou se foi de um a zero com gol contra nos acréscimos.

Vale lembrar: se os seis pontos somados contra Kino e KaBuM foram conquistados com um esforço acima da média e apostando na experiência da equipe, somente isso não irá funcionar contra as “macacas-velhas” CNB e Red Canids. É imperativo que a Keyd mostre uma melhora no seu jogo. A série contra a INTZ foi apática, sim, mas contra um lado que está em franca ascensão, quem sabe até tão bom quanto a Red Canids. Não pesaria tanto a derrota para os Intrépidos, mas sim o que uma CNB fragilizada pode fazer contra a constelação da Keyd no domingo, 05/03, às 13h.
Fonte : LoLEsportsBr
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