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Dioud: "Ainda podemos ser a melhor bot lane do País"

  • stockingokumura
  • 27 de jan. de 2017
  • 6 min de leitura

De 2015 para 2017, o duo passou por momentos tensos e felizes.

Que tal colocar uma música para ler essa matéria? “Till I Collapse”, do Eminem, é a recomendação do brTT – e eu recomendo deixar a playlist do rapper rolando.

Olhando a imagem logo acima parece ficar claro: a Red Canids voltou. Melhor, brTT está de volta. Campeão brasileiro em 2013, 2015 e participante da melhor campanha brasileira em um Campeonato Mundial, o Atirador percorreu um calvário em 2016, ao ser colocado na reserva da equipe, saindo dela depois.

Mas não, este não é “outro” texto sobre o maior Atirador brasileiro até agora. É sobre um jogador que teve praticamente a mesma trajetória que brTT teve. Tão “parecido” que até a mesma rota compartilham. Ele, que chegou com muita desconfiança à paiN em 2015 e também fez parte da equipe campeã brasileira, disputou o Mundial e saiu do time. Em 2016, voltou novamente com desconfiança, ficou para trás pela habilidade de outras equipes, e hoje busca seu caminho de volta.

Suas histórias estão entrelaçadas, e mesmo que brTT domine mais os holofotes, a relação entre os dois é uma coisa de louco. Com altos e baixos, títulos e separações.

Eles estão de volta.

“Lembra aquilo que a gente já falou mil vezes, só precisamos nos preocupar com certos Campeões”, diz Dioud para seus companheiros. A Red Canids, equipe de Dioud e brTT, está nos Picks e Bans do jogo contra a Remo Brave, estreia do CBLoL 2017, marcando a volta da dupla campeã em 2015. Enquanto a equipe debate as Escolhas, estou escutando o áudio dos jogadores. A ansiedade cresce para ver se ambos mantiveram uma parte de seu entrosamento – em dupla e com a equipe, que nunca jogou junta. Dois ex-paiN, dois ex-Keyd e um ex-INTZ.

Antes da partida, conversei com Dioud. Com o braço cruzado e parecendo determinado, o Suporte francês mais brasileiro que o Brasil já viu falava sobre seu período pós-paiN. “Fiquei uns meses na França com a minha família para decidir o que faria. Pensei em me aposentar, mas ainda havia algumas coisas para conquistar como jogador. Fiz testes para times da LCS Europa, mas faltava alguma coisa – e aí que me veio a saudade do Brasil”.

Dioud controla Karma, e brTT Ashe. Dentro de jogo a comunicação entre os dois parece não ter sentido o hiato de pouco mais de um ano desde a última vez juntos em Summoner's Rift. A dupla parece saber o limite de cada um, tanto de habilidades quanto para passar informações aos demais integrantes do time. O Suporte zoneia Sarkis e Cabuloso, dupla da Remo Brave, e aos poucos abre vantagem de farm e experiência.

“Depois que eu saí da paiN em 2015, não mantive contato com praticamente nenhum jogador da equipe. Nenhum motivo em específico, só que não estávamos mais tão perto uns dos outros”, me diz Dioud. A paiN sofreu sem o Suporte, improvisando Picoca na posição até a chegada tardia de Ziriguidun, na Segunda Etapa. À esta altura brTT era reserva da paiN. “Só fui voltar a falar com ele (brTT) quando soube do seu interesse em jogar pela Red Canids. Estou muito feliz em voltar a jogar ao seu lado, mas também me lembro que ele fez parte do grupo que queria uma mudança de Suporte na paiN no final de 2015”.

A Red Canids reage rápido às movimentações da Remo Brave. Quando os novatos reparam na rotação da Matilha, já é tarde demais. brTT pega o First Blood na partida de sua volta ao CBLoL, e ajuda a equipe a conquistar a Primeira Torre. Apesar da vantagem inicial, o combo de Rengar-Shen da Brave é uma bomba relógio para o Atirador da Red, que tem que se posicionar muito bem e contar com a ajuda do Dioud para sobreviver.

“Fiquei magoado quando soube de seu posicionamento, mas sei que foi uma decisão profissional”, diz Dioud. “Eu estava no final do meu contrato e a paiN resolveu não renovar. Há momentos da sua vida que você deve fazer escolhas, e a deles foi jogar com um novo Suporte naquela época. Segui o meu caminho tendo o desafio de provar que eu também poderia ser feliz jogando em outro lugar”. A equipe sofreu para arranjar um jogador para a posição. “Acho que o que se seguiu mostrou para ele que na verdade não era o nível da pessoa que mudaria o jogo deles, e sim a atitude que ela tem dentro da partida. Hoje em dia eu consigo falar em português com ele, o que era algo que nos impedia de fazer muita coisa antigamente. Acho que isso vai nos ajudar a construir uma sinergia ainda mais forte esse ano”.

“Peguei ele, peguei ele!”, grita brTT. O Atirador inicia outra luta para a Red, atingindo Cabuloso em cheio com sua Flecha Encantada. “Vai, vai, boa, BOA!”, grita o Suporte, em retorno. Apesar da pressão e boas lutas da Remo Brave, é a Red quem domina o mapa e destrói mais torres. O jogo chega a um impasse. As lutas no Barão começam a ficar mais perigosas e a Matilha cede à pressão durante um tempo, sofrendo pickoffs e perdendo uma parte da vantagem em ouro.

“O ano de 2016 o ensinou muitas coisas, principalmente no que diz respeito à humildade, que é algo que ninguém nunca conseguiria passar para ele”, diz Dioud. “Foi o mesmo que aconteceu comigo quando saí da paiN. O brTT entrou para a Red sabendo que compartilharia a role com o Sacy, e é fantástico ver que mesmo sabendo disso os dois brincam, aprendem juntos e trocam informações. Ele evoluiu muito como pessoa e hoje em dia é um de seus pontos fortes. Nós dois temos muito a provar, para os fãs e para nós mesmos, que ainda sendo 'velhos' (Dioud tem 26 anos, brTT tem 25) podemos ser os melhores do País”.

“Me diz quando for dar poke, cara”, diz brTT para Dioud. Pouco depois, o Suporte salva o Atirador. A Red procura a brecha, e é no Barão, com o ult de Tockers (Ryze), que finalmente encontram o flanco que procuravam. Com dois abatidos, a equipe conquista Barão e Dragão Ancião. A pressão da Matilha é contida pela Syndra fortíssima de Evrot, mas quando Sarkis tenta defender o top dos minions, a Red consegue entrar na base e levar o primeiro Inibidor.

“Na verdade fazia tempo que a gente pensava em jogar com o brTT, mas o Sacy é um jogador muito novo e que tem talento, só falta experiência. Na Red de 2016 não tinha muitas pessoas pra ajuda-lo, e hoje em dia tem brTT, Tockers, Robo, Nappon, eu mesmo, enfim”, diz Dioud. “Sempre falei para a Red não kickar o Sacy, independente se o brTT realmente viesse ou não, já que ele é e será um ótimo jogador. Quando eu soube que o brTT queria entrar na Red, pensei 'Ok, mas temos que deixar claro que ele vai compartilhar essa role com o Sacy'. Talvez o brTT seja melhor em primeiro momento, mas o crescimento e o aprendizado do Sacy pode fazer com que ele supere o brTT, quem sabe. Em todo caso é muito bom trabalhar com ambos, já que eles aceitaram o fato de estarem compartilhando a mesma posição e jogando ao meu lado”.

A Matilha Vermelha tenta pressionar as rotas laterais para abrir o mapa. A Remo é rápida em devolver a pressão correndo para o mid. Quando Tockers é abatido, parece que a Remo pode vencer, mas brTT por pouco sobrevive o dano massivo de Evrot, que se expôs tanto pra abater o atirador que acabou morrendo na sequência para o Atirador e Nappon. A pressão chega por todos os lados, e se o combo mortal da Syndra atingir brTT, a Red provavelmente perderá – e nem falamos de Rengar + Shen.

“Nós dois aprendemos a crescer como profissionais jogando em situações de pressão”, comenta Dioud. "Ele sempre foi um dos melhores do país e eu cheguei direto na paiN tendo que substituir o Olleh, e conseguimos. Hoje vou jogar com uma equipe que tem muitos torcedores, mas eu mesmo tenho os meus próprios torcedores, e é por eles que eu vou jogar. As pessoas sempre olharão para nós, mas situações de pressão são naturais para nós”.

Na mira, brTT. O combo Rengar-Shen da Remo Brave tenta caçar o Atirador no meio da Red Canids, que recua pelo meio. Assim que 4LaN pula, Dioud usa seus dois escudos e a cura no Atirador, que é protegido pela Matilha e vira a luta com um Double Kill, que se soma ao Double de Tockers para vencer uma suada primeira partida da série para a Red Canids.

“Estamos prontos para a cobrança, mas acredito que não vamos sentir muito isso, já que sabemos que se treinarmos bastante podemos voltar a ser a melhor bot lane do Brasil”, diz Dioud. “Ainda faltam muitos treinos, muita sinergia com o resto das posições, enfim, coisas que só com prática conseguiremos consertar. Se dermos duro, podemos chegar lá, e acho que o brTT ainda pode ser um dos melhores Atiradores do Brasil”.

Fonte : LoLEsportsBr


 
 
 

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