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/dev: Evoluindo os Lutadores de Rota

  • stockingokumura
  • 7 de dez. de 2016
  • 6 min de leitura

E aí, galera, aqui é Riot Jag, mas podem me chamar de Show do Camille-ão. Com o lançamento da Camille, parece ser uma boa hora para falar um pouco sobre as lições que aprendemos sobre a rota do topo ao longo do desenvolvimento de League e como aproveitamos essas lições para desenvolver o conjunto de habilidades da Camille.

Basicamente, vamos conferir a evolução dos Lutadores nas rotas do League of League, com uma ênfase nos tipos de ferramentas que os Campeões de ataque corpo a corpo precisam para criar padrões de combate gratificantes e baseados em habilidade.

SAINDO NO TAPA

Em geral, nossa abordagem inicial para a criação de Campeões de combate corpo a corpo recompensava a consistência. Para esses Campeões, jogar "bem" em maior parte se resumia a grudar no alvo e menos em ter que executar um padrão de dano específico. Um bom exemplo disso é Xin Zhao: um Campeão que tem bem pouca variação tática em seu conjunto de habilidades e com uma certa limitação nas escolhas ou ações a se tomar no momento do combate. Apesar disso, ele precisa desesperadamente acertar golpes básicos para reduzir seus Tempos de Recarga, o que melhora a capacidade dele de "colar" no alvo. Descobrimos que esse tipo de padrão é extremamente binário (também chamado de "8 ou 80"): o resultado ou é exponencialmente autossustentável, já que o Campeão fica para sempre nos ataques corpo a corpo, ou falha por completo e se torna inútil. Ambos os resultados tendem a não ser gratificantes.

Pior que isso, quando o sucesso das habilidades corpo a corpo foi resumida a "estar próximo", o combate entre dois Campeões corpo a corpo se tornou incrivelmente desinteressante (ao contrário de corpo a corpo vs. à distância, em que ambos os lados estão em um cabo de guerra dinâmico dependendo da distância entre eles). A luta entre Campeões corpo a corpo frequentemente descambava em mera comparação de atributos, já que ambos conseguiam seu requisito de sucesso (chegar perto) com o kit padrão desses Campeões, o que era uma situação especialmente ruim dado que a rota do topo quase sempre envolvia dois Campeões corpo a corpo duelando um contra o outro

.Nós sabíamos que podíamos fazer muito mais pelos nossos jogadores de combate corpo a corpo.

DESCENDO O MARTELO Mais ou menos desde 2013, você talvez tenha notado uma diferença em como a Riot projeta padrões corpo a corpo. Até agora, temos usado duas táticas de grande eficácia: 1) Dar aos Campeões corpo a corpo razões posicionais para se distanciaram do alvo (variação posicional) e 2) afastar o modelo de sucesso da consistência e transformá-lo em oportunidades intercaladas de grande poder. Ou, em termos simples, abrir um espaço para intervalos. Vamos usar Poppy como exemplo de variação contextual de posição. Ela tem um claro "grande momento" quando usa a Investida Heróica (E) em alguém contra uma parede para realizar um dano violento e atordoar, mas exige posicionamento preciso em relação ao oponente e ao terreno. Para ajudá-la nessa empreitada, o escudo da Embaixadora de Ferro (P) cria um novo objetivo no campo de batalha para que Poppy e seu oponente se reposicionem e o Choque do Martelo (Q) pode zonear inimigos e obrigá-los a se mover em uma direção favorável a ela. Isso leva a um sentimento de sucesso muito mais "merecido" por manobrar corretamente o inimigo de Poppy para uma Investida Heroica perfeita.

Enquanto isso, Yasuo é um excelente exemplo de um Campeão altamente oportunista em combate nas rotas. Mesmo no calor da luta, ele geralmente precisa regenerar recursos antes de conseguir finalizar o abate. Seu escudo do Estilo do Errante (P) e os Tempos de Recarga internos da Espada Ágil (E) fazem com que seja improvável que ele consiga um abate na força bruta fixando em um alvo (não até ele ter vários itens, pelo menos), já que a vantagem dele não é perpetuada por estar a curta distância. Não acho que diríamos que o Yasuo é a pura excelência das contrajogadas (ele pode ser difícil de contra-atacar em algumas composições), mas achamos que o conjunto dele faz muitas coisas certas em termos de oportunidade de poder intercalado. Intercalar oportunidades de abate faz com que Campeões corpo a corpo não tenham uma condição de sucesso/fracasso binária dependente de uma confrontação única, mas sim que necessitem de repetidas jogadas habilidosas para conquistar a vitória na rota. Um inconveniente é que essas rotas tendem a ser muito intensas para ambos os lados. Um jogador que perde para Fiora ou Yasuo depois de fazer diversas trocas de dano a cada 5-10 segundos pode sentir um duro desgaste mental. Porém, padrões como este exigem ações arriscadas do Campeão corpo a corpo vencedor, abrindo chances para a intervenção de um caçador ou outros momentos de virada, enquanto modelos anteriores resultariam em uma vitória/derrota rapidamente.

SOBRECARREGADO, MAS NÃO SUPERPODEROSO Por último, vamos falar um pouco sobre conjuntos de habilidades "sobrecarregados". Muitos jogadores perguntaram por que damos aos Lutadores tantas ferramentas e mecânicas: sustentação, limpeza de tropas, mobilidade, dano explosivo, dano sustentado etc... O meio mais fácil para responder a essa pergunta é pensando na pergunta oposta: o que os Campeões com potenciais extremamente focados devem fazer em uma rota longa com as mais variadas habilidades inimigas? A resposta é que esses potenciais únicos precisam ser elevados ao ponto de serem excessivamente binários para que possam ao menos funcionar.

Exemplo: Eu, pessoalmente, amo jogar com Tryndamere. Eu não me importo de ter uma limpeza de tropas medíocre, controle de grupo muito baixo e contribuição muito baixa em confrontos de equipe em troca de um dano absurdamente alto e animações gratificantes de acerto crítico. No entanto, o resultado final é que eu contribuo com muito pouco além do dano, então não sou eficaz para muita coisa exceto para fazer investidas divididas o jogo inteiro, o que significa que preciso ser incrivelmente forte nessas investidas ou nem serei funcional como Campeão. Agora compare isso com um Campeão como Sion, que tem um pouco de quase tudo (dano, controle de grupo, limpeza de tropas, tanque), mas que geralmente precisa juntar bem tudo isso para ser efetivo.

Dar mais ferramentas aos jogadores do topo também aumenta a contribuição de ambos os lados para o resultado da rota, ao passo que remover ferramentas o torna mais determinístico e binário (em outras palavras, a rota está ganha ou perdida já na escolha de Campeões ou em alguns minutos após o início da partida). E não esqueçam que a rota do topo é a rota do duelo. Os jogadores esperam que um conjunto distinto de habilidades seja demonstrado na rota do topo: nuances de composição, impecável execução de habilidades e períodos alongados de 1v1, para citar alguns, e queremos fornecer isso.

PERNAS AFIADAS, HEIN Resumindo, nossa equipe de criação fez um grande trabalho nos últimos anos para traçar um rumo para trazer combates corpo a corpo mais divertidos e interessantes. Vamos agora analisar algumas dessas filosofias de criação e como elas foram aplicadas à Camille, a mais nova lutadora da rota do topo do League.

Primeiro, posicionamento. Camille tem diversas ações que requerem atenção à sua posição relativa ao oponente, sem referências puras à proximidade corpo a corpo. O Protocolo de Precisão (Q) exige que ela esteja à curta distância em certo ponto e novamente de 1,5 a 3 segundos depois, mas não exige que ela "grude" nesse meio tempo, dando liberdade para que ambos os lados se reposicionem a partir de um claro entendimento da condição de sucesso. Varredura Tática (W) chega a forçar ela a sair da distância corpo a corpo (às vezes) para ter o benefício mais poderoso do cone externo. Isso cria oportunidades para que inimigos se aproveitem do risco que ela assume para ficarem fora do alcance do cone ou se aproximarem rapidamente e puni-la já que ela está impedida de autoatacar para ter acesso ao escudo da Defesa Adaptativa.

Quanto mais perto um oponente estiver de uma parede, mais fácil será para Camille acertar seu Disparo de Gancho (E), já que há consideravelmente menos espaço para se esquivar. O efeito combinado dessas habilidades é (espera-se) criar uma rota dinâmicas com múltiplas considerações táticas além de "estamos em distância corpo a corpo, marque sim ou não".

Segundo, vamos analisar a efetividade das oportunidades de troca. Camille tem habilidades bem poderosas que permitem a ela ter trocas eficazes, mas elas não ficam disponíveis com a mesma cadência, então ela tem um volume de poder continuamente variável em cada momento. Por exemplo, em uma rota, a Defesa Adaptativa (P) é uma das melhores oportunidades de troca que ela possui, mas o Tempo de Recarga é bem longo, o que também dá a ela algumas oportunidades de troca com Protocolo de Precisão, que são extremamente poderosos, além também de outras oportunidades que exigem mais risco e habilidade. Isso pode gerar o mesmo problema de fadiga mental ao lutar contra ela, você precisa se atentar a diversos Tempos de Recarga distintos, mas é importante que certos pontos de informação não estejam sempre perfeitamente disponíveis para criar experiências dinâmicas. O exemplo mais óbvio disso em League of Legends é o Flash: Quando um oponente não sabe se um Lee Sin tem Flash, é possível que ele se posicione de maneira que Lee Sin tenha acesso a jogadas poderosas, mas de alto risco, ao estilo "Insec". Essas jogadas tornam LoL empolgante e divertido de se assistir/jogar e a retenção delas é importante para preservar um rumo à maestria dos níveis mais altos.

O FUTURO

Camille é a nossa mais recente realização fruto da evolução do nosso entendimento do combate corpo a corpo em League of Legends. Seu conjunto de habilidades é baseado em tudo que aprendemos até hoje e tenho certeza que vamos aprender ainda mais vendo o que vocês farão com ela. Estou muito animado com o lançamento dela e ansioso pelo que podemos fazer no futuro. Fonte: League of Legends


 
 
 

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